quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

RTP afasta cenário de despedimento coletivo na empresa

O novo presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, garantiu, esta quarta-feira, no Parlamento que não tem intenção de avançar com um despedimento coletivo na empresa.





Questionado pelos deputados sobre um cenário de despedimento coletivo, Gonçalo Reis foi perentório:"Sou muito franco, já tive em processos de redução de pessoas, nunca vi na RTP processos de despedimento coletivo, não sei como se fazem, nem tenho vontade nenhuma de aprender".

E acrescentou: "Não é nossa intenção proceder" a um despedimento coletivo da empresa.
A nova administração da RTP, composta por Gonçalo Reis (presidente), Nuno Artur Silva (vogal) e Cristina Vaz Tomé (vogal com pelouro financeiro), está a ser ouvida na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, depois da audição do presidente do Conselho Geral Independente, António Feijó.
Gonçalo Reis afirmou, contudo, que a equipa que lidera vai "ter de encontrar maneiras de dotar a RTP dos recursos adequados", referindo que "há algumas [áreas] que podem estar sobredimensionadas e outras subdimensionadas"
"Às vezes é preciso deixar sair alguma quantidade para que entre e se reforce a qualidade" de pessoas, acrescentou, apontando que a RTP "está fragilizada em algumas áreas".
Sobre as áreas que considera mais fragilizadas, Gonçalo Reis referiu "conteúdos e produção", nas quais "houve gente com muita qualidade que saiu" e "isso tem de ser tratado".

Também nas áreas das novas plataformas poderá ser necessário "alimentar com sangue novo", mas isso é algo que a nova administração ainda vai analisar, já que está em processo de "passagem de pasta" com o CA cessante.
"Não vamos usar o fantasma dos despedimentos coletivos, queremos retirar o espetro do despedimento coletivo a bem da organização, por aí não vamos", reiterou Gonçalo Reis.
"Somos gestores da empresa, temos de estar atentos ao tema da qualidade. Podem sair 10 pessoas, por hipótese, e causar pouco impacto e depois saem duas pessoas e causam muito impacto", exemplificou.
O novo presidente disse ainda que este é um tema que tem de ser gerido com cuidado e lembrou que, se houver a oportunidade de reduzir alguns custos, a administração irá estudá-los.
"Queremos abandonar a tendência de reduzir na grelha e nos conteúdos", porque isso afeta o "caráter e identidade" da empresa.

Gonçalo Reis disse que, em termos de custos de pessoal, o que faz sentido é "ter uma tónica de redução de serviços de menor valor acrescentado" e com menor impacto "nos serviços de qualificação".
Em relação aos serviços subcontratados ('outsourcing'), Gonçalo Reis disse não ter "muita simpatia" com esta solução em "funções estratégicas da empresa".
O 'outsourcing' "custa-me menos para serviços administrativos, de baixo valor acrescentado", se isso permitir ganhar economias, acrescentou.

Data: 04/02/2015

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Media/interior.aspx?content_id=4381227

Comentário: O assunto principal desta notícia são as pessoas e o impacto que estas têm dentro de uma empresa.
Gonçalo Reis, nesta mesma notícia, frisou a importância das pessoas numa organização. Deu para entender que este as trata como elementos básicos para daí resultar a eficácia organizacional. Gonçalo apela também a uma "revisão" à gerência da empresa pois, tal como este afirmou, "existem algumas [áreas] que podem estar sobredimensionadas e outras subdimensionadas".
A meu ver, o primeiro passo para que as pessoas se integrem e interajam umas com as outras, é estas serem tratadas de igual forma, de maneira a que se sintam seguras. Se isto acontecer, os trabalhadores ficam mais motivados, trabalham melhor, organizam mais eficientemente o seu tempo e isto poderá fazer com que os despedimentos não sejam necessários, pois todos cooperam favoravelmente para a organização.

1 comentário:

  1. "Somos gestores da empresa, temos de estar atentos ao tema da qualidade. Podem sair 10 pessoas, por hipótese, e causar pouco impacto e depois saem duas pessoas e causam muito impacto" Estas duas pessoas que saem eram vistas como pilares de um dado grupo ou organização da empresa, ainda que possam ser maus profissionais, a sua presença é importante para a preservação de uma dinâmica saudável na instuição, e tendo em conta também esta afirmação "Às vezes é preciso deixar sair alguma quantidade para que entre e se reforce a qualidade" interpretamos qualidade não só como produtividade mas também como bem-estar social dentro da organização, uma reflexão muito interessante. Obrigada

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